terça-feira, 27 de julho de 2010

Economia Mexicana - Parte 1

O México é a décima terceira maior economia do globo e o quinto maior produtor mundial de petróleo, ocupando a oitava posição no “ranking” dos exportadores mundiais. Simultaneamente, o México tem sido um dos principais recipientes dos fluxos de investimento estrangeiro entre os países em vias de desenvolvimento.
As políticas de estabilização macro-econômica adaptadas desde o final da década de 80, o processo de reformas estruturais e a liberalização do comércio contribuíram de forma decisiva para a rápida transformação da economia mexicana na última década. Apesar da crise financeira de 1994-1995, o México exibiu um crescimento médio acima dos 3% durante esse período, o que contrasta com a estagnação virtual da economia durante os anos 80.
O processo de transformação económica do México no período de 1988-1994 foi caracterizado pela diminuição do peso do Estado na economia, a qual se traduziu na redução significativa do número total de empresas públicas, e pela desregulamentação de vários sectores económicos, incluindo o financeiro. Paralelamente, assistiu-se à gradual liberalização das relações com o exterior, através da assinatura de acordos de comércio (dos quais se destaca o “North American Free Trade Agreement” ou NAFTA) e da simplificação do regime de investimento estrangeiro, por forma a torná-lo mais atractivo.
O processo de reformas combinado com a adaptação de políticas de estabilização macro-econômica contribuiu para um acentuado ritmo de crescimento da economia mexicana durante a primeira metade da década de 90, baseado num forte dinamismo da procura interna e das exportações. Simultaneamente, a manutenção de uma política de desvalorização deslizante do peso permitiu a redução gradual da taxa de inflação. Neste contexto, e atendendo à manutenção de baixas taxas de juros, as contas públicas registaram igualmente uma melhoria significativa.
No entanto, a manutenção de uma política de desvalorização deslizante num contexto de diminuição da taxa de inflação implicou uma apreciação real da moeda mexicana que, combinada com um forte crescimento da procura interna e a liberalização do comércio externo, conduziu a um aumento significativo dos défices das balanças comercial e corrente. Em 1994, o agravamento dos desequilíbrios externos e a decisão do Governo em substituir dívida de longo prazo por títulos a 1 ano, num contexto de instabilidade política típica de anos de eleições, implicaram uma perda de confiança dos operadores dos mercados internacionais, os quais desencadearam um ataque especulativo sem precedentes contra a moeda mexicana. Neste contexto, as autoridades viram-se forçadas a deixar flutuar o peso sem conseguirem, no entanto, evitar a saída maciça de capitais estrangeiros do país.
Brevemente a segunda parte, onde será concluido o assunto sobre a economia mexicana.

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